Os principais desafios para implementar e-commerce na indústria

Os principais desafios para implementar e-commerce na indústria

Comprar direto da fábrica — ou da indústria — pode trazer diversos benefícios para o cliente. Mas será mesmo que vale a pena para a indústria entrar no comércio eletrônico? Aline Machado, gerente de e-commerce da LG Eletronics, afirmou no Fórum Indústria Digital, nesta terça-feira (19), que só vê vantagens neste tipo de digitalização, mas ressalta que há diversos desafios no processo.

“A digitalização é um desafio em qualquer segmento, mas dentro da indústria é mais complicado devido à mudança de mindset. Eu brinco que a operação de uma multinacional é como um transatlântico: como fazer uma manobra sem quebrar nada ou sem tirar as coisas do lugar? No caso da indústria, como implementar o e-commerce sem que o distribuidor se sinta ameaçado? Indústria não é varejo. Por mais que possa existir conflito de canais, o poder de escala é muito menor”, afirma.

“Eu só vejo vantagens da digitalização da indústria porque dá para ganhar muito com isso, atrelando as vendas ao desenvolvimento de novos produtos. No caso de multinacionais, é mais fácil saber para quais os clientes têm mais inclinação, ao invés de trazer equipamentos de fora para testar e gastar dinheiro desnecessariamente. Também aumenta a autonomia para implementar o que quer, pois nem sempre o varejo compra a sua ideia ou pede muito dinheiro. E a principal vantagem é a junção de dados. A gente paga caro por pesquisa, mas podemos ter isso dentro de casa, desde que mantenha o relacionamento com o cliente”, relata.

Para ela, o papel ideal da indústria é complementar o varejo, ajudar na definição de preço e escolha de produtos. “Tem que saber pelo que brigar e por que. Hoje em dia, a maior preocupação deve ser mais no aumento de portfólio, diversidade de produtos e entrega na logística”, conta Machado.

Segundo ela, outro ponto importante a ser estudado são os sistemas, desde logística, emissão de notas fiscais. Tudo deve ser pensado para entregar a melhor experiência ao cliente de forma fluida.

Machado também ressalta a importância de se atentar aos impostos. “No Brasil, é complexo entendermos como funciona o pagamento de impostos. Agora, imagina explicar isso para um estrangeiro? Por isso, é necessário chamar o time fiscal para dentro do projeto”, afirma.

Logística e terceirização na indústria

A logística também precisa ser bem estudada. “Tem que se pensar se vale a pena internalizar e como prover a melhor entrega ao cliente. Em São Paulo, por exemplo, os consumidores podem receber produtos em horas, muitas vezes. Mas, como indústria, como entregar no mesmo tempo? Vai surpreendê-lo de forma positiva ou negativa? Entregar antes do tempo? Se entregar em um prazo maior, avise o cliente. Talvez não consiga entregar com a mesma velocidade do varejista, mas a vantagem é que o cliente está comprando direto do fabricante”, pontua.

A logística reversa pode ser muito custosa para a indústria, justamente por se tratar de equipamentos grandes, como eletrodomésticos, mas há formas de diminuir esses custos, segundo Machado. “Ao invés de deslocar uma geladeira do Nordeste para São Paulo, podemos procurar saber o motivo de o cliente querer devolver o produto. Se for um defeito, por exemplo, podemos enviar uma equipe técnica para resolver o problema, o que é bem mais barato”, diz.

De acordo com Machado, a internalização é boa porque possibilita o domínio na gestão da loja e operação, com maior rentabilidade, mas o custo da operação é maior. “Por outro lado, você pode perder autonomia e agilidade na correção de possíveis erros”, diz.

Outro segmento importante é o atendimento ao cliente. “Tem que ouvi-lo e prover os melhores canais de contato, com uma equipe adequada. Machado também conta que, no caso da indústria, o marketing deixa de se preocupar apenas com a marca e passa a fazer parte de todo o processo de venda.

O portfólio de produtos é outro ponto sensível, já que nem sempre vale a pena disponibilizar todos os produtos no e-commerce. “Você vai trabalhar com um mix de produtos ou só com calda longa? Comece testando com poucos produtos e vai agregando mais ao portfólio”, aconselha.

Comprar direto da fábrica costuma ser vantajoso para o consumidor devido ao preço, o que é um diferencial da indústria, mas é importante evitar conflito com os varejistas, pontua Machado. “Também tem que se atentar aos meios de pagamento, se realmente vale a pena ter todos os formatos, já que o ticket médio geralmente é mais alto. Tem que testar”, alerta.

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil

Amazon vai abrir 2 centros de distribuição no Brasil pensando na Black Friday

Amazon vai abrir 2 centros de distribuição no Brasil pensando na Black Friday

A norte-americana Amazon vai abrir dois centros de distribuição no país ainda este ano. O pontapé inicial será no Rio de Janeiro, onde a companhia ainda não tinha operação própria. A gigante do comércio eletrônico anunciou na terça-feira (14) a abertura de um espaço de 30 mil m² em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Em seguida, será a vez de estrear em Fortaleza, capital do Ceará.

A estratégia é reforçar a atuação, de olho nas vendas de Black Friday e Natal. Atualmente, a Amazon vem enfrentando forte concorrência com outras empresas do setor de comércio eletrônico, como Mercado Livre, Americanas, Magazine Luiza e redes de varejo, que vêm investindo em entregas ultrarrápidas, além de ampliarem suas operações logísticas.

Mil empregos no fim do ano

Com a chegada no estado do Rio e, em breve, no Ceará, a Amazon vai reforçar sua atuação geográfica no país. Hoje, a companhia conta com dez centros de distribuição, dos quais quatro são localizados em São Paulo, além de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal.

Segundo Ricardo Pagani, diretor-geral de Operações da Amazon no Brasil, o novo espaço no Rio de Janeiro vai gerar até mil empregos durante a temporada de fim de ano. Em um primeiro momento, estão sendo geradas 200 vagas diretas.

O novo centro de distribuição em São João de Meriti tem um espaço equivalente a quatro campos de futebol. O objetivo é aumentar a cobertura geográfica para permitir a entrega mais rápida dos produtos. Hoje, a empresa conta com entrega em 48 horas em 700 cidades dentro do programa de fidelidade Prime.

“Montamos os centros de distribuição em localizações estratégicas para aproximar os itens dos clientes e acelerar a velocidade de entrega. O espaço vai abastecer o estado do Rio e outros locais do Brasil. Até o fim do ano, vamos abrir outro centro em Fortaleza”, diz Pagani.

A empresa, que já conta com 5.200 funcionários diretos na área de operação no Brasil, vai ainda desenvolver um programa de apoio aos parceiros locais. Essa lista inclui empreendedores e transportadoras próximos aos centros de distribuição.

Leia também: CEO da Amazon anuncia 55 mil empregos no primeiro esforço de contratação de sua gestão

Fonte: Agência O Globo, via IG

“O e-commerce é o futuro do Brasil”, aposta Fred Trajano, CEO do Magalu

“O e-commerce é o futuro do Brasil”, aposta Fred Trajano, CEO do Magalu

Em 2020, quando e-commerce era raro no Brasil, um executivo apostava no varejo online, tanto que chegou a ‘pagar o preço’ pela teimosia. Anos se passaram e a aposta de Fred Trajano, CEO do Magazine Luiza, se realizou e continua em expansão. Nesta segunda-feira (13), Trajano conversou com Vivianne Vilela e Rodrigo Nasser, diretora de conteúdo e conselheiro do E-Commerce Brasil, respectivamente, durante o Fórum E-Commerce Brasil – Grand Connection. Confira os principais trechos da entrevista:

Vivianne Vilela e Fred Trajano no Fórum E-Commerce Brasil – Grand Connection. Foto: Valério Baeta
Vivianne Vilela: Como estão pensando as novas lojas físicas no futuro do Magalu e como está a revolução da experiência on e off?

Fred Trajano: Há 20 anos eu estou trabalhando para integrar o on e o off. Ninguém falava disso. Até pagamos o preço por isso com as nossas ações subvalorizadas. Falavam que a loja física ia morrer. Mas construímos as pontes e hoje todas as lojas funcionam como mini centros. Temos capacidade logística em 100% das lojas, seja com retira em lojas em minutos ou com entrega em até 1 hora. Isso só foi possível com integração de canais. Acredito que não vai ter mais on e off, essa divisão ficou para trás.

Rodrigo Nasser: Como é manter a cultura digital no dia a dia e como pensam em expandir para o restante do varejo?

Trajano: Eu comecei em 2000 o e-commerce e antes de 2017 já éramos grandes líderes no e-commerce brasileiro, provando que o e-commerce dá lucro. Nessa época, já tínhamos provado que o e-commerce multicanal tende é rentável e sustentável. O e-commerce é o futuro do Brasil.

No Magalu, a experiência é bem sucedida, mas tivemos que aprender muito. As operações puramente digitais não tinham aprendido, mas não é preciso passar por todas as dificuldades de pegar o analógico e digitalizar. A China era comunista e pulou direto para o online porque não tinha varejo. Aqui no Brasil temos 5.600 varejistas e 99% deles são analógicos. Por isso, eu queria muito compartilhar aquela experiência que desenvolvemos com essas empresas. Quero ajudar a digitalizar o país. Teve varejista que sofreu demais ou até teve que fechar as portas.

Nasser: Quais são suas apostas para os próximos cinco anos?

Trajano: Uma das minhas apostas é o social commerce. O Brasil é social por natureza. É o país que mais usa redes sociais, mas é incrível como o uso é pouco aproveitado para transação, que é o que gera emprego, venda e negócio. Na China, alguns e-commerces que surgiram há poucos anos chegaram à liderança no mercado apostando em social commerce e fazem esse mundo funcionar de forma integrada. Isso é natural do Brasil. A gente gosta de fazer as coisas juntos, de compartilhar. Precisamos integrar mais as ferramentas com as redes sociais, esse é um caminho bacana. Mas não esquecemos que o básico deve ser bem feito, entregar no prazo, entregar bom nível de serviço, troca rápida. Sempre inovar, mas fazer o arroz e feijão bem feito.

Vilela: Como foi liderar e quais lições você aprendeu nesses meses de pandemia?

Trajano: O momento é intenso e difícil. Uma coisa é a dificuldade econômica, outra coisa são suas decisões impactarem a vida das pessoas. São 44 mil pessoas nas minhas costas que poderiam adoecer. É preciso cuidado e carinho com essas pessoas, colocando as pessoas em primeiro lugar. Isso faz parte dos princípios norteadores. Primeiro é a saúde e segurança dos colaboradores. Fechamos as lojas antes de os governos decretarem o fechamento, trabalhamos protocolos para garantir que trabalhassem com qualidade.

Para o cliente pessoa jurídica, criamos uma plataforma para quem nunca vendeu online. O Paceiro Magalu foi criado em uma semana com o propósito de ajudar.

As lojas têm rixa com o online, mas eu sempre falava para verem a importância do e-commerce e que o online seguraria seus empregos e o faturamento. E foi o que aconteceu, tanto que tive que contratar mais 4 mil pessoas.

Por último, provamos que conseguimos fazer muito mais e muito mais rápido do que imaginávamos. Na pandemia, nos obrigamos a tomar decisões mais rápido e acelerar os processos. O que demoraria anos entregamos em semanas. Tem que acreditar na capacidade de fazer acontecer e desburocratizar as decisões da companhia.

Leia também: Transformação digital: Roberto Fulcherberguer, CEO da Via fala sobre adaptações sofridas pela empresa

Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil.

Fórum E-Commerce Brasil Grand Connection acontece nos dias 13, 14 e 15. O evento de alcance global conta com a participação de especialistas e grandes nomes do comércio eletrônico. Acompanhe ao vivo.

AliExpress lança serviço de lockers em Espanha

AliExpress lança serviço de lockers em Espanha

O marketplace AliExpress lançou um serviço de lockers, promovido e operado pela Cainiao Smart Logistics Network, braço logístico do Grupo Alibaba, para a entrega de encomendas em Espanha. Em concreto, mais de 200 armários da marca já foram instalados em Madrid e Barcelona.

Este novo serviço junta-se à rede de pontos de recolha estabelecida pelo marketplace em conjunto com parceiros logísticos locais.

O principal objetivo desta iniciativa é melhorar a experiência de compra dos clientes do AliExpress em Espanha, oferecendo opções de entrega de última milha mais convenientes e seguras. Trata-se de uma solução prática que oferece maior agilidade e segurança aos clientes, dando-lhes a opção de retirar os pedidos nos horários que mais lhes convierem.

Nos próximos meses, a Cainiao continuará a instalar lockers com a marca AliExpress em diferentes locais, com a meta de ter mais de 600 até o final do ano, e adicionando mais cidades ao serviço num futuro próximo.

 

“Mercado prioritário”

A Espanha é um mercado prioritário para o AliExpress. Melhorámos o serviço de entrega de encomendas no nosso marketplace com o lançamento de rotas de carga aérea da Ásia a Madrid pela Cainiao, bem como a abertura de armazéns do AliExpress em Espanha, através de alianças com operadores logísticos locais, como no resto da Europa“, disse William Wang, diretor geral do AliExpress na Espanha.

Por este motivo, temos o prazer de anunciar o lançamento dos primeiros lockers da marca AliExpress neste mercado, uma iniciativa que demonstra o nosso interesse em tornar um pouco mais fácil a vida dos clientes espanhóis, permitindo-lhes escolher um posto de recolha perto de casa ou local de trabalho, para que possam decidir o melhor momento para recolher as suas compras no seu dia a dia, aumentando assim o valor que os clientes encontram dentro da nossa plataforma“.